ALVES DE FARIA
( Brasil – Alagoas)
Rodolfo ALVES DE FARIA. — Depois de estudar Direito em S. Paulo, onde foi companheiro de Alphonsus de Guimaraens, o poeta de "Voz das Coisas" bacharelou-se, em 1891, pela Faculdade do Recife, iniciando sua carreira em Carangola, Minas, onde abraçou as obrigações de promotor, vindo ali a fundar O Rebate, pequeno jornal que lhe refletia as ideias.
Mudou-se, mais tarde, para o Rio; onde participou ativamente junto aos poetas simbolistas, colaborando em diversas publicações, entre outras, a Cidade do Rio, Thebaida, Novidades, tendo sido redator-chefe de O Jornal Ilustrado, em sua segunda fase.
Exerceu, posteriormente, no Estado de Sergipe, os cargos de procurador e juiz de Direito, acabando por desencarnar em sua cidade natal, vítima de pertinaz moléstia. Além de poeta de elite, Alves de Faria foi orador distinto, romancista e novelista. (Maceió, Estado de Alagoas, 23 de Março de 1871 — Maceió, 25 de Junho de 1899 *.) — (*) Confirme-se a data de desencarnação no jornal maceioense — A Tribuna, de 27 de Junho de 1899, pág. 2.
BIBLIOGRAFIA: Obra poética dispersa; Mar; Pinturescos; Perfume.
Biografia extraída de:
http://bibliadocaminho.com/ocaminho/Tematica/BI/A/BiA47.1.htm
LIVRO DOS POEMAS. LIVRO DOS SONETOS; LIVRO DO CORPO; LIVRO DOS DESAFOROS; LIVRO DAS CORTESÃS; LIVRO DOS BICHOS. Org. Sergio Faraco. Porto Alegre: L.P. & M., 2009. 624 p. ISBN 978-85-254-1839-1839-5 Ex. bibl. Antonio Miranda
De: Livro dos bichos:
BATRÁQUIO
À noite, ao astral palor das estrelas na altura,
ao coaxar da rãs monótono nos brejos,
sai vagaroso e triste, em corcovos cortejos,
o sapo, o vil batráquio, a imunda criatura!
Anfíbio, venenoso, ovíparo, a estatura
não lhe mede jamais seus íntimos desejos.
Tem despeito do céu! — e ulula uns vãos arpejos
à toalha astral de crivo estrelejada e pura!
Tão baixo que ele o é! tão pequenino e imundo!
E olha e divide e anseia andar, mundo por mundo,
aos saltos bruscos por a constelada esfera!
Calcula a força e o grau de seu profundo gozo,
se de um salto pudesse, ele, tuberculoso!
cuspir, babar a sã poliestelar quimera!
*
VEJA e LEIA outros poetas de ALAGOAS em nosso Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/alagoas/alagoas.html
Página publicada em fevereiro de 2023
|